terça-feira, março 28, 2006

Num domingo à tarde ...

Nesse domingo, não havia muita coisa a ser feita. Quando se está sozinha e seus amigos estão a léguas de distância. (ou talvez, eu que estivesse a léguas de distâncias deles ?) Agora, não importa ! A opção foi ver a chuva que desabava e pensar.

A cena pedia um Souza Cruz, mas como não sou adepta, fiquei no chocolate quente, com o rádio no último volume e viajando pelas canções que tocavam sem que fossem escolhidas por mim. Em algumas ri, em tantas outras chorei, em certos momentos gritei, noutros supliquei, ainda deixei meu corpo ser levado pela melodia, por final calei e apenas ouvi. Ouvi os versos, tentei encontrar o que pensava o compositor ao escrever aquela letra. Será que estivera sozinho como eu ?? Será que tivera sofrido de amor ao ponto de ter transportado todo o sofrimento para aquela música ?

Engraçado, que o objeto da grande maioria é o amor; uns cantam a dor, o sofrimento de não ter mais a pessoa amada ao seu lado, dividido momentos, convivendo; outros cantam suas glórias, seus encontros, seus encantos. Contudo, as melodias tristes são as mais pedidas, as mais tocadas. E de certo, eram as que eu queria ouvir.

Foram diversos desabafos, palavras presas na garganta, cenas que maltratavam minha memória, minha existência. Terminada a sessão "troféu abacaxi" estava mais leve, sem culpa, feliz. Tinha passeado pelo passado, presente e futuro sem sair do lugar. Revi pessoas, lugares, sensações, vida.

Estar sozinha num domingo a tarde, chuvoso, não é o melhor programa. Decididamente espero que esse seja um dos últimos.

Como ouvi diversas músicas, não podia terminar o post sem uma canção. Selecionei Codinome Beija-flor do Cazuza pelos trechos grifados.


Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...


Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor

Um comentário:

Isabela disse...

Olá Mel Zhy!

Parabéns pelo blog! Amei os textos, poemas, versos, músicas, pensamentos e sentimentos revelados! Enfim, você além de ser uma mulher moderna, inteligente é muito sensata!
Continue a escrever por nós!

Abraços!

Isabela.F