domingo, agosto 24, 2008

Pai

Vez ou outra me pego assim pensando em você. Penso nas brincadeiras, nos abraços, nos carinhos. Penso nos olhares, nas broncas, nas palavras precisas. As vezes acho tão injusto ter partido cedo, enquanto eu tinha tanta vida pela frente, tantas vitórias por vir. Mesmo sendo espírita, olho ao céu e rogo teu nome. E peço sua presença mesmo sabendo que tal atitude não é a mais correta. Mesmo sabendo que podes me ver. Me sinto tão egoísta, em querer-te aqui em carne e não em espírito. Queria um abraço, um beijo, uma palavra sua. Queria ver-te e dizer o quanto o amo.

São dez anos que parecem muito mais. Mudei muito e espero que se orgulhe de mim. Pai, queria apenas olhar nos seus olhos. Olhos esses que sempre foram meu abrigo, meu refúgio, meu lar. Queria ouvir sua voz, firme, pacata, serena, mas que sempre havia uma palavra para expressar o que eu precisava ouvir.

Espero um dia poder parar de chorar essa ausência e entender de fato que me acompanhas em espírito. Espero sim um dia compreender no meu íntimo que sua evolução precisa continuar. E ainda espero um dia poder ter reencontrar e reafirmar todo o meu amor.

Eu continuo aqui
Meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você
Em dias assim
Dia de chuva
Dia de sol
E o que sinto não sei dizer...

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